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Guia supremo do primeiro aquário (água doce)


Índice:

Peixes

Aquário

Móvel ou Base

Substrato

Plantas e decorações

Parâmetros

Filtro e manutenção:

Oxigenação

Temperatura

Iluminação

Ciclagem

Como tratar as plantas antes de colocar no aquário (para evitar pragas e parasitas)

Como tratar troncos

Aquário de quarentena/ aquário hospital

Aclimatação

Cuidados com o aquário

TPA (Troca Parcial de Água)

Alimentação

Remédios e doenças


Peixes: 


Quando pensam em montar um aquário, muitas pessoas acabam deixando os peixes para o fim de todo o processo. Primeiro compram o aquário, um filtro, uns cascalhos, decorações e depois decidem quais peixes irão habitar aquele ambiente, ou então, no pior dos cenários, um iniciante no hobby entra em um petshop e se apaixona por um peixinho que não sabe nem o nome, compra o pobrezinho e o vendedor lhe diz que basta um aquário minúsculo e um anti cloro que está tudo certo. Pois bem... então vamos esquecer tudo isso e começar do zero?

Primeiro, quando você decide que quer ter um aquário, o primeiro passo de todos é escolher o peixe ou os peixes que quer ter, pois você precisa saber quais são as necessidades desse peixe para que possa suprí-las. Afinal, quando você decide ter um bichinho de estimação, você não compra uma gaiola e alpiste para depois decidir ter um gato, não é?

Cada espécie de peixe tem suas características próprias e por isso não dá para criá-los nas mesmas condições. Por exemplo, existem peixes que crescem mais do que outros, e ignore aquela ideia de que um peixe criado em um aquário pequeno vai parar de crescer, essa teoria é muito questionável e condenável, uma vez que você está cogitando criar uma vida em condições precárias, com o risco de atrofiar o seu peixe, somente para satisfazer suas vontades. Um peixinho é uma vida, e, portanto, deve viver em condições decentes para que possa ter uma vida plena, confortável e feliz. Pensando nisso e partindo do propósito de que você quer entrar no hobby para ter um amiguinho feliz, vamos adiante.

Além do tamanho do peixe, precisamos considerar que cada espécie habita regiões especificas, então o que devemos considerar antes de escolher um peixe para o seu aquário?

O tamanho do peixe, como já havia dito antes, vai influenciar no tamanho do aquário que você vai precisar ter, outra coisa que também vai influenciar no tamanho do aquário é a natação do peixe. Se o peixe tiver uma natação rápida e gostar de nadar, o aquário terá que ser maior, para que haja espaço para que ele nade. A alimentação dos peixes é bem importante, se você pretende criar apenas uma espécie de peixe no aquário, ou um peixe que viva sozinho, não precisara se preocupar com isso, mas caso você queira ter um aquário comunitário (que é um aquário com mais de uma espécie de peixes vivendo juntos), vai precisar considerar que cada espécie come um tipo de ração. Existem peixes carnívoros, peixes que são onívoros e peixes herbívoros, e quando você joga ração no aquário eles não irão saber se aquele alimento que você está jogando é apropriado para os hábitos alimentares deles ou não, ou seja, você vai acabar alimentando alguns peixes com uma ração que pode fazer mal para eles, pois no mesmo aquário, você também tem outros peixes que precisam comer daquela ração. Então, pense bem antes de misturar peixes com dietas diferentes. Outra questão é misturar peixes de nado lento com peixes de nado rápido, não tem como você controlar que os peixes de nado rápido se alimentem primeiro, muitas vezes não sobrando nada para os peixinhos mais lentinhos e atrapalhados, se você misturar peixes assim e não perceber que tem alguns que não estão conseguindo se alimentar, é provável que eles acabem morrendo de fome.

Outro problema do aquário comunitário que você precisa se atentar, é para a personalidade das espécies. Existem peixes que são territoriais, e por isso tendem a ser mais agressivos com outros peixes, e existem também espécies que se alimentam de qualquer outro peixe ou bichinhos que caibam em sua boca, então se você misturar, é provável que alguns peixes menores desapareçam do aquário. Outras espécies são extremamente dóceis e bobinhas e vão acabar apanhando de peixes que não forem compatíveis com eles. Existem ainda peixes que possuem nadadeira alongadas e chamativas que vão acabar se tornando alvo de outros peixes que gostam de morder suas nadadeiras. Sem falar de espécies que gostam de sugar a mucosa das escamas de outros, causando ferimentos e doenças na vítima. Também é importante saber quando um peixe tem hábito solitário, como os bettas, que preferem viver em aquários onde ficam sozinhos, pois com outros peixes (até mesmo os de sua própria espécie) tendem a se estressar e ficarem agressivos, ou quando uma espécie de peixe não vive bem sozinho e precisa de um cardume, como os neons e as molinesias. E até mesmo se preocupar se as espécies se reproduzem muito ou se são mais difíceis de se reproduzir. Se sua intenção não é a reprodução, é bom ficar esperto com isso também, para não acabar, sem querer, superlotando seu aquário.

Além de tudo isso que já citei, é importante saber quais os parâmetros de água que seu peixe necessita. Se você for criar somente um peixe ou peixes da mesma espécie, vai apenas precisar ajustar os parâmetros da água que sejam compatíveis com a espécie que você tem, agora, caso queira um aquário comunitário, você vai precisar pesquisar os parâmetros de espécie por espécie e escolher apenas peixes que tenham os mesmos parâmetros. Criar um peixinho em um aquário com os parâmetros de água errados, pode adoecê-lo e até mesmo levá-lo a óbito.

E o que são os parâmetros?

Resumidamente são:

Ph: que define a acidez da água.

Gh: que define a dureza da água, ou seja, a quantidade de minerais presente na água.

Kh: que define a reserva alcalina, quanto maior ela for, haverá menos oscilação do Ph.

Temperatura: cada espécie de peixe vive melhor em temperaturas especificas.

Para saber mais detalhadamente sobre os parâmetros e como ajustá-los, continue lendo.

Para saber melhor sobre as espécies de peixe que você tem interesse, basta pesquisar na internet sobre os parâmetros ideias para eles, existem canais no youtube sobre aquarismo que possuem vídeos específicos sobre cada espécie e que explica bem sobre o comportamento e parâmetros ideias para cada uma.

Passado por tudo isso e escolhido os peixes que lhe interessam, vamos para o próximo tópico.


Aquário: 

A Primeira preocupação de uma pessoa que quer começar a montar seu aquário é qual aquário comprar. Para saber isso, a primeira recomendação é que você já tenha em mente qual peixe deseja ter. Sabendo a quantidade de peixes e suas espécies, fica fácil decidir qual o tamanho de aquário comprar.

Ainda existem pessoas que consideram criar peixes, principalmente os bettas, que são peixes solitários, em betteiras. Não faça isso. Apesar de muitas pessoas não terem conhecimento sobre a condenação dessa prática e de muitos vendedores ruins incentivarem a criação em betteiras, esse costume já vem sendo abandonado por muitos aquaristas e iniciantes que possuem o mínimo de conhecimento sobre cuidados básicos. A betteira é uma caixa de vidro minúscula, quase como uma prisão, da qual muitos bettas já são vendidos dentro, ela é tão pequena, que limita os movimentos do peixinho, que mal possui espaço para nadar, além de não ter espaço sequer para um filtro pequeno. E sim, todos os peixes necessitam de filtragem em seu aquário.

Outro aquário que não é aconselhado por muitos aquaristas, é o famoso aquário bola que tanto já vimos em filmes e séries com um peixinho dourado dentro, nadando em círculos. O aquário bola não é bem-visto por muitos, pois seu formato causa distorção de imagem para os peixinhos que moram dentro dele, quando os peixinhos olham para o lado de fora através do vidro, como as “paredes” não são retas, o que ele vê são apenas borrões ou imagens distorcidas e confusas, isso causa confusão e estresse no peixe que pode vir a adquirir alguns problemas por conta disso. Sem dizer que pelo fato de ser redondo, dificulta a instalação de alguns filtros, além de aquários redondos serem muito pequenos para a maioria das espécies de peixes.


Correndo dessa cilada, e descartando a hipótese de comprar uma betteira ou um aquário bola para o seu peixinho, um tamanho mínimo de aquário recomendado para qualquer espécie, é de 15L. Há quem ainda considere 15L muito pequeno, mas já é melhor do que uma betteira e dependendo do tamanho do peixe, é o suficiente. Mas o correto ainda é, pesquisar o tamanho mínimo de aquário que a espécie que você deseja ter precisa para viver e se desenvolver de forma saudável.

Quanto maior o aquário, mais água terá dentro dele e consequentemente, mais pesado ele será, o que vai gerar uma pressão dentro dele. Por essa razão, aquários grandes, PRECISAM ter travas de segurança, isso vai evitar que os vidros rachem e quebrem com a pressão da água dentro deles. Existem as travas laterais e travas centrais, então preste atenção a esse detalhe para não comprar um aquário que pode quebrar com seus peixinhos dentro.

Outro ponto importante é a vedação do aquário, para que não haja vazamento, nem entrada de ar, pois isso também pode contribuir para rachaduras no vidro. Então procure comprar de lojas confiáveis, ou se for mandar fazer, não encomende com qualquer vidraceiro, precisa ser uma pessoa que já possui experiencia na montagem de aquários. Caso você mesmo queira tentar fazer, pesquise direito, pegue dicas e tire dúvidas com outros aquarista que já tenham o costume de montar aquários, pois um aquário resistente e seguro é essencial.

Nunca se esqueça daquela famosa frase: às vezes o barato sai caro.


Móvel ou Base:

É claro que você não precisa comprar ou mandar fazer um móvel para o seu aquário, porém essa é uma parte importante para se pensar. Quando temos um aquário de 15L cheio de água, ele irá pesar 15kg, agora acrescente dentro dele o peso do substrato que você irá colocar, o peso das decorações, do filtro, dos peixes... Tudo agrega peso. O que quer dizer que o aquário precisa estar em cima de uma superfície, reta e nivelada, para que a distribuição do peso seja por igual e a pressão não acabe rachando os vidros. Então tome bastante cuidado para escolher uma superfície reta e bem nivelada para colocar o seu aquário, sem falar que o móvel onde você irá apoiá-lo PRECISA suportar todo o peso sem ceder. Então tenha certeza de que, a mesa, balcão, armário, cômoda, ou seja lá qual o móvel você decidir colocar o seu aquário, estão em condições de suportar todo esse peso e sejam bem resistentes. Queremos evitar acidentes.

Caso seu aquário ultrapasse os 50L, é muito difícil encontrar móveis que suportem todo esse peso, portanto é mais viável mandar fazer um móvel próprio para aquário, assim será mais seguro. Existem duas opções, encomendar com um marceneiro, para fazer um móvel de madeira sob medida, o que tem suas vantagens, já que o móvel de madeira te possibilita mandar fazer prateleiras e portas, para guardar seus produtos do aquário, ou encomendar com um serralheiro uma base de metalon sob medida para o tamanho do seu aquário, nesse caso a vantagem é que o metalon é muito forte, e vai suportar muito bem o peso do aquário. No caso do metalon, também é preciso ter sobre ele uma base de pedra lisa e nivelada para apoiar o aquário.


Calcule bem, onde colocar o seu aquário em casa. Procure cômodos com baixa oscilação de temperatura ao longo do dia, de preferência cômodos mais frios. Também se preocupe de não colocar o aquário ao lado de portas ou em corredores, onde pessoas possam bater ou esbarrar nele sem querer. Não é legal deixar o aquário próximo de janelas, pois a exposição a luz solar, pode gerar algas, além facilitar a oscilação de temperatura da água. No geral, procure um lugar na sua casa, onde não haja muita circulação de pessoas, evitando assim, que outras pessoas batam sem querer no vidro. Evite também locais baixos onde outros animais e crianças possam ter acesso a ele.

 

Substrato:

Você sabe o que é substrato? São as pedrinhas ou areia que você irá colocar no fundo do aquário, ou não. Existem tipos de aquário em que os aquaristas preferem não colocar nenhum substrato, para facilitar a limpeza, mas, a maioria das pessoas consideram um aquário com substrato, mais bonito, e por isso é bom saber quais os tipos de substratos existem e qual o melhor para você.

Primeiramente é bom saber que existem duas categorias de substratos, os férteis e os não férteis. Os substratos férteis são usados em aquários plantados, pois oferecem nutrientes para as plantinhas que serão plantadas ali, já os substratos não férteis não oferecem nada para benefício das plantas, mas ainda assim, existem plantas que podem ser plantadas em substratos não férteis, sendo alimentadas apenas com fertilizantes líquidos próprios para aquário.  É bom, sempre lembrar que tudo usado nos aquários, deve ser de uso próprio para aquários, nada de usar terra vermelha, humus de minhoca ou fertilizantes líquidos de plantas terrestres dentro do seu aquário, a não ser que a sua intenção seja matar os seus peixes.

O substrato mais comum, porém, zero aconselhável, são as pedrinhas coloridas ou branquinhas que soltam um pozinho. O problema é justamente esse pozinho que esses cascalhos soltam na água, além de fazerem mal aos peixes, os cascalhos coloridos ainda contêm corantes que podem ser tóxicos. Caso você queira usar um substrato colorido, pode substituir os cascalhos por pedras roladas, que existem de diversas cores e não soltam nenhum tipo de pó na água.


Os substratos possuem numeração de granulometria que é basicamente o tamanho do grão, então quanto menor a numeração, mais fino e quanto maior a numeração, mais grosso. Dentre os tipos de substratos temos do tipo cascalho de rio que são pedrinhas de fundo de rio que são redondas, lisas e possuem uma coloração marrom claro e branco. Temos também o basalto que são pedrinhas pretas que ficam lindas no fundo do aquário e dão destaque para outras decorações, temos também areia duna, que é uma areia bem fininha e clara, é um dos substratos mais populares. Entre as opções de substratos férteis, temos também Prodac Fertil Plant, Ocean Tech Plant Active e MBreda Amazônia, o único porém é que substratos férteis tendem a ser mais caros.

Entre tantas opções é comum não saber qual escolher, mas é bom também se atentar aos hábitos dos seus peixes, pois se você tiver algum peixe de fundo ou peixes que gostam de revirar o substrato em busca de comida, é mais aconselhável ter areia no fundo, pois algum desses peixes podem acabar engolindo uma pedrinha sem querer e se engasgando. Outra coisa é, se você tem animaizinhos como ampulárias, tenha cuidado para não escolher um substrato com pontinhas afiadas, pois como as ampulárias e outros caramujos rastejam, podem acabar se machucando com as pontas cortantes. Uma desvantagem do cascalho, é que ele acumula muita sujeira entre as pedras, e isso pode acabar aumentando o nível de amônia no aquário se não for muito bem limpo, por isso fazer uma boa sifonagem nos cascalhos é muito importante. Já o ponto negativo da areia como substrato é que como ela é muito fininha, se a circulação de água no aquário for alta, pode acabar levantando grãos de areia e entupindo os filtros ou até mesmo turvando um pouco a água.

Outro ponto bem importante é a alteração do Ph da água, pois existem substratos que interferem no Ph, podendo alcalinizar a água, e se o seu aquário for de Ph ácido, você acabará tendo problemas. Então veja bem se o seu substrato é inerte ou não, para não ter dor de cabeça depois. Existem muitos tipos de substratos no mercado, então a recomendação é, pesquise por vídeos no youtube que mostrem os substratos para que você possa ver como eles são e pesquise se eles não irão interferir no Ph da sua água.

Depois de comprado o substrato e você for colocá-lo no seu aquário, lembre-se de lavá-lo bem em água corrente antes. Não importa se vier escrito no pacote: “pré-lavado”, sempre desconfie. É melhor você gastar um tempo lavando o substrato em um balde com água corrente e ir escorrendo a água com uma peneira até notar que ele ficou limpo, do que encher seu aquário de água e perceber ela toda suja com uma cor escura que os filtros irão precisar de pelo menos 3 dias de funcionamento pra você conseguir enxergar alguma coisa lá dentro. Fora que mesmo depois que a água conseguir clarear, todas as vezes que você mexer no substrato, irá subir uma nuvem de sujeira escura. Então, sempre lave o seu substrato antes de colocar no aquário.

 

Plantas e decorações:

A decoração do aquário é, talvez, a parte em que a maioria das pessoas se sentem mais animadas. Afinal, é nesse momento que você começa a ver seu aquário ganhando forma e nascendo. Apesar de toda essa animação e entusiasmo, é muito importante se atentar a detalhes, pois algumas coisas precisam ser pensadas.

Começando pela decoração básica, supondo que você não planeje ter um aquário plantado, nem troncos e pedras, bem, nesse caso você pretende usar decorações de resina ou plástico, compradas em petshop ou lojas online. Para isso, uma coisa da qual é importante se informar, é se todas as decorações que você comprou são decorações próprias para aquário e completamente atóxicas para peixes, pois existem certos tipos de plásticos e decorações com pinturas que liberam toxinas na água que podem adoecer e até matar seus peixinhos. Tendo certeza de que elas não vão fazer mal aos futuros moradores do aquário, agora é a hora de pensar no comportamento dos seus peixes. É importante saber se eles são peixinhos sensíveis, como os kinguios telescópios, ou atrapalhados ao ponto de esbarrarem na decoração do aquário, se esse for o caso, não é recomendado decorações que sejam cortantes ou pontiagudas, pois podem ferir seus peixes mais bobinhos. Isso vale para aquelas plantas de plástico que muitos aquários pequenos têm, pois elas são duras e com pontas finas, capazes de ferir um peixinho distraído.

Para aqueles que preferem uma decoração mais natural, a regra é a mesma, rochas e troncos sem pontas, mas caso seus peixinhos sejam mais ligeiros, então não precisa se preocupar com isso. No caso de troncos e rochas é muito importante salientar que tudo o que entra no aquário precisa ser devidamente tratado antes, principalmente se você pegou esses materiais direto da natureza, nunca se sabe que tipo de seres vivos podem vir nesse tronco ou rocha e se podem acabar contaminando a água do seu aquário, portando, tratem. Para saber como fazer o tratamento correto de troncos, continue lendo.

Além disso, os troncos também possuem uma particularidade que metade dos aquaristas amam e a outra metade odeia, troncos em contato com água liberam uma substância chamada tanino, essa substância em nada prejudica os peixes, do contrário, eles até gostam, a única ressalva é que essa substância acaba deixando a água do aquário com uma cor de chá, meio amarelado. Alguns aquaristas consideram essa coloração muito bonita, pois é muito próxima da coloração real de rios amazônicos, no entanto, outra parcela de aquaristas, mais adeptos a ideia da água cristalina, detestam essa cor e tentam tirá-la a todo custo. Contudo, é apenas passageiro, uma vez que o tronco não libera o tanino para sempre, depois de um bom tempo no aquário o tronco simplesmente para de liberar essa coloração e tudo volta a ficar cristalino novamente.

Porém, assim como o substrato, os troncos e alguns tipos de rochas podem alterar o Ph do seu aquário, então fique esperto com isso. Todos os troncos irão acidificar a água do seu aquário, enquanto alguns tipos específicos de rochas podem alcalinizar a água, assim como também existem rochas que são inertes e não irão interferir em nada na sua água. Por essa razão, pesquise sobre as suas decorações, antes de inserí-las no seu sistema.

Para aquários comunitários onde se tem camarões neocaridinas, caramujos, ampulárias, lagostas filtradoras e peixes pequenos é sempre interessante usar rochas e até mesmo troncos para criar toquinhas onde esses animais possam se esconder e se sentirem mais seguros. Um plantado bem cheio também irá proporcionar esconderijos bem interessantes para os peixes, principalmente peixes que gostam de aquários plantados.

Falando em aquários plantados, não pense que escolher plantas para o seu aquário é uma tarefa mais simples do que escolher peixes, afinal as plantas também são seres vivos. Para escolher as plantinhas certas para o seu plantado, saiba que elas também precisam estar em uma água com os parâmetros corretos para elas. Assim como os peixes, as plantas precisam de Ph, Gh, Kh e temperaturas especificas para cada espécie, por isso é importante que você já saiba quais peixes pretende colocar no aquário e quais os parâmetros a água vai precisar ter para aqueles peixes, assim quando for escolher as plantas, escolha somente aquelas que aceitam os mesmos parâmetros que os seus peixes, pois assim você terá mais chances de sucesso. Outra questão importante é, muitos aquaristas dividem as espécies de plantas em dois grupos, as plantas Low Tech e as plantas High Tech. Plantas Low Tech exigem menos para que vivam bem e saudáveis, muitas vezes não precisam de um substrato fértil e nem de iluminação tão boa assim (é claro que se o aquário tiver essas coisas, elas irão adorar, no entanto, elas também se desenvolvem bem com menos do que isso), já as plantas High Tech são mais exigentes, você precisa dispor de mais atenção para elas, com substrato fértil, CO2 e iluminação de qualidade para que elas tenham um bom desenvolvimento e não morram, essas plantas costumam ser mais sensíveis. Por isso estude bem quais plantas deseja colocar no aquário e quais as necessidades delas para que elas não definhem com o tempo no seu aquário. Se atente também que existem espécies de peixes e caramujos que são herbívoros e podem devorar suas plantinhas, então caso seus peixes tenham esse apetite voraz pelas pobres coitadas, considere não ter um aquário plantado e faça sua decoração de outra forma.

Assim como os troncos, nunca coloque plantas dentro do seu aquário sem tratá-las previamente, pois elas podem contaminar sua água com parasitas, doenças, além de trazer para o seu aquário bichinhos indesejados. Para saber como tratar plantas corretamente, continue lendo.


Parâmetros:

Os parâmetros são com certeza uma das partes mais importantes para um aquário, se os parâmetros se mantiverem sempre corretos, você evitará doenças e estresse em seus peixes, mantendo toda a sua fauna e flora (em caso de plantados) saudáveis.

Como já foi dito, cada espécie de peixes e plantas precisam de parâmetros específicos, por isso o primeiro passo é escolher os peixes, e se você quiser ter um plantado, também as plantas, já sabendo quais parâmetros seu aquário irá precisar ter. A maneira correta de iniciar os ajustes de parâmetros no seu aquário é no momento que você iniciar a ciclagem. 

Continue lendo para saber o que é e como realizar a ciclagem. 

Resumidamente, a ciclagem é o processo de criar uma colônia de bactérias amigas no seu filtro, que irão ajudar a reduzir amônia e nitrito no seu aquário que podem matar seus peixes e por isso é tão importante. Ao criar uma colônia de bactérias em uma água com o Ph alcalino, você irá acostumá-las com aquele Ph, o que vai dificultar caso você decida mudar seu Ph de última hora para um Ph ácido, pois mesmo que você condicione a água a ficar ácida, logo ela voltará a ficar alcalina novamente, pois as bactérias irão restaurar para o Ph em que elas estão habituadas. O mesmo vale para o inverso.

Portanto, tenha em mente os parâmetros certos, antes de iniciar a ciclagem do seu aquário.

Pois bem, então vamos às explicações dos parâmetros para ficar mais claro:

                PH é a sigla de “Potencial Hidrogeniônico” que mede a concentração de H3O+ em uma solução, no caso do aquário a solução é a água, essa concentração de H3O+ é que vai indicar se a água do seu aquário é ácida, neutra ou alcalina. O PH é representado numa escala que varia de 0 a 14, sendo que valores de 0 a 6 indicam que a água é ácida, o valor 7 indica que a água é neutra, e valores de 8 a 14 indicam que a água é alcalina.

A água que sai de nossas torneiras já tem um PH específico da região que moramos, por isso é interessante que você meça para saber se essa água que chega da sua torneira já está no parâmetro que você precisa. Caso a água da sua torneira já tenha o PH que você precisa, ótimo, não precisa se preocupar, mas se mantenha medindo todas as vezes que for acrescentar essa água ao seu aquário para ter certeza de que não houve nenhuma alteração no PH dela. Caso o PH da água da sua torneira não seja o que você precisa, então você terá que alterá-lo antes de colocar essa água no aquário.

Para isso você tem materiais que ao colocar na água, irão aumentar ou diminuir o PH de acordo com a sua necessidade:

Materiais que aumentam o PH:

-Aragonita

-Zanzibar

-Dolomita

-Bicarbonato de sódio

-Produtos voltados ao aquarismo: por exemplo, Alkaline Buffer.


Materiais que diminuem o PH:

-Folha de amendoeira

-Turfa

-Troncos

-Fibra de coco

-Produtos voltados ao aquarismo: por exemplo, Acid Buffer.

Ao utilizar produtos como Alkaline Buffer e Acid Buffer leia atentamente as instruções do produto para que você faça o uso corretamente. Após utilizar algum desses materiais ou um desses produtos espere algumas horas antes de refazer o teste de PH e ver se houve as alterações necessárias. É aconselhável fazer o teste de PH todos os dias até que você atinja o PH desejado e perceba que ele consegue se manter inalterado por uma semana, isso quer dizer que seu PH está correto e estável, assim não terá perigo de ele subir ou descer sozinho e estressar os peixes. Porém, para que seu PH seja estável é necessário manter um KH adequado no seu aquário.

 

        KH é a sigla de “Carbonate Hardness” que significa “Dureza de Carbonatos” e mede a quantidade de íons HCO³ presente na água. O KH é capaz de tamponar a água, ou seja, manter o PH estável sem oscilação mesmo com adições de alguns componentes que possam acidificar ou alcalinizar a água, se o KH estiver correto, o PH permanecerá intacto. Existem pessoas que acham que tendo um KH elevado, o PH também será elevado, mas isto não é verdade, pois se tivermos uma quantidade de compostos ácidos, superior à capacidade de absorção do KH, o PH pode ser extremamente baixo. Geralmente um KH de 4° é suficiente para manter o PH estável, mas isso também vai depender do seu aquário.

 Materiais que podem aumentar o KH

-Aragonita

-Dolomita

-Produtos químicos voltados ao aquarismo

Muitos aquaristas na intenção de aumentar o KH do aquário pegam um saquinho cheio de aragonitas e colocam dentro do filtro. 

 

GH é a sigla de “Gesamthaerte” que significa “Dureza Geral” em alemão, ele mede a concentração de sais de magnésio e cálcio presentes na água. Quando se diz que os peixes preferem água “mole” ou “dura” isso se refere ao GH da água, pois quanto maior o GH, mais minerais e mais “dura” a água se torna, e quanto menor o GH, menos minerais e mais “mole” é a água.

Materiais que podem aumentar o GH

-Carbonato de Cálcio

-Rochas calcárias

-Osso de sibá

-Produtos químicos para aquarismo: por exemplo, Replenish e powerfert mineral plus.

 

Para fazer a medição desses parâmetros, você irá precisar de testes de aquário. Existem vários testes no mercado, nesse caso os básicos que você irá precisar, são: Teste de PH, teste de KH, teste de GH, teste de cloro (para saber se há cloro na água), teste de amônia e teste de nitrito.


Amônia (NH3) e nitrito (NO2–) são compostos nitrogenados que se acumulam na água e podem colocar em risco o desempenho, a saúde e a sobrevivência dos peixes e outros animais. Problemas com amônia e nitrito geralmente ocorrem em aquários com superlotação, excesso de alimentação, que pode gerar restos de ração na água ou muitas fezes no aquário, já que os peixes estão se alimentando demais, ou também, a falta de limpeza no aquário (a sifonagem). A amônia e nitrito precisam estar sempre zerados, pois são extremamente tóxicos para os peixes, por isso é bom ter os testes e fazê-los com alguma frequência ou caso note alguma alteração de comportamento nos seus peixes.

O que pode diminuir a amônia e nitrito em casos de picos:

-Alface d'água (planta de superfície)

-Jibóia (apenas as raízes ficam na água)

-Lentilhas d'água (planta de superfície)

-TPA de emergência, retirando 70% de água do aquário

Um dos procedimentos para picos de amônia no aquário, além da TPA, é cortar a alimentação do peixe por 1 a 2 dias. Não se preocupe que os peixes não adoecem se ficarem por esse período sem comida. Vai ajudá-los a reduzir a amônia com mais rapidez de dentro do aquário.


Filtro e manutenção:

Antes de comprar um filtro é necessário saber que cada tamanho de aquário vai exigir um tipo de filtro diferente, por isso é preciso saber qual a litragem do seu aquário antes de adquirir um filtro para ele. O recomendado é que o filtro consiga filtrar uma quantidade de água por hora que seja superior a 5 vezes a litragem do aquário, por exemplo, se você tiver um aquário de 100 litros é só fazer essa continha (100 x 5 = 500) ou seja, você vai precisar de um filtro que faça pelo menos 500L/1h (500 litros por hora). Sempre multiplique a litragem do seu aquário por 5 para saber a capacidade mínima necessária do seu filtro. Todos os filtros vêm com essa especificação escrito na caixa para que você saiba qual a capacidade de filtragem dele na hora de comprar, então não se preocupe. 

Porém, existem exceções, no caso de um aquário que os peixes sejam Kinguios, o ideal é dobrar essa conta, pois Kinguios são peixes bem sujões e que exigem uma filtragem maior, portanto quem tem Kinguios vai precisar de um filtro que seja superior a 10 vezes a litragem do aquário, por exemplo, se você tiver um aquário de 100 litros é só fazer essa continha (100 x 10 = 1000) ou seja, você vai precisar de um filtro que faça pelo menos 1000L/1h (1000 litros por hora). Nesse caso, multiplique a litragem do seu aquário por 10. E isso também varia para a quantidade de peixes que você tem no seu aquário, pois quanto mais peixes, mais sujeira, então não faça superlotação de peixes no aquário para evitar problemas com a filtragem, e se notar que a filtragem não está sendo suficiente para a quantidade de peixes no seu aquário, compre um filtro com uma capacidade de filtragem maior. Pecar pelo excesso, nesse caso, é sempre melhor.

Aviso importante: Uma vez colocado o filtro, ele não deve nunca ser desligado (com exceção dos dias de manutenção no filtro). Em caso de queda de energia, não é preciso se desesperar, desde que você mantenha as mídias de filtragem biológica sempre submersas dentro do filtro elas (as bactérias filtrantes) serão capazes de sobreviver por algumas horas, em caso de dias, comece a se preocupar, pois sem elas você pode acabar tendo um pico de amônia no aquário. Caso você more em uma região que é comum quedas de energia longas (mais de 1 dia), talvez seja bom pensar em adquirir um gerador de energia pequeno para emergência.

 

Existem 4 tipos de filtros mais comuns:

  1.        Hang On são os chamados filtros externos, funcionam bem para aquários pequenos e existem filtros potentes o suficiente até para aquários de 400 litros, porém são mais usados em aquários de até 100L ou 200L. São chamados externos pois ficam presos na borda do aquário, tendo sua parte maior para o lado de fora, ficando apenas com o caninho de sucção de água para o lado de dentro, o que não causa uma poluição visual dentro do aquário, e permite um espaço maior de natação para os peixinhos, uma vez que o filtro não vai ocupar espaço dentro do aquário. Outro ponto positivo é que o hang on possui uma cascata na saída de água o que promove uma movimentação leve na superfície da água gerando oxigenação ideal para peixes que não necessitam de tanta oxigenação assim.

  2. Filtro interno são filtros que como o próprio nome diz, ficam do lado de dentro do aquário, porém são um pouco mais difíceis de fazer manutenção, ocupam espaço dentro do aquário, em alguns casos não possuem controle de fluxo de água, o que causa um fluxo muito forte de água que pode estressar alguns peixes, além de também serem mais eficazes em aquários menores, não sendo tão potentes para aquários grandes. Por outro lado, são fáceis de esconder atrás de decorações do aquário para não chamarem tanta atenção.

  3. Canister é um tipo de filtro considerado com uma das melhores filtragens, e um espaço interno bem grande para colocar elementos filtrantes. Apesar de existirem também os mini casnisters. Mas assim como o filtro interno, também exige mais tempo de manutenção do que em comparação com um hang on, por exemplo. É um tipo de filtro também externo e pressurizado que deve ser colocado em um nível abaixo do aquário para que tenha pressão para puxar a água para dentro dele, normalmente coloca-se no chão ou na parte de dentro no móvel do aquário, desde que seja possível as mangueiras do filtro chegarem até o aquário. Muito usado em aquários grandes.

  4. Sump é também um filtro externo que é considerado com uma das melhores filtragens, junto com o canister. É um tipo de filtro usado para aquários grandes, porém para se ter um sump é preciso mandar fazer junto do seu aquário, ou comprar um aquário que já tenha um sump. O sump é um filtro que tem a aparência de um segundo aquário, é uma caixa de vidro com várias divisões que ficam ao gosto da pessoa que está encomendando, no mínimo serão 3 divisões, uma para cada etapa de filtragem. Quem possui um filtro sump, costuma escondê-lo dentro no móvel do aquário, assim não ficará aparente externamente. Por ser bem grande (você escolhe o tamanho que deseja mandar fazê-lo), o sump tem um espaço interno muito satisfatório para se colocar elementos filtrantes e é isso que eleva sua capacidade de filtragem.


E como funciona a filtragem? Bem ela tem 3 etapas: Filtragem Mecânica, Filtragem Biológica e Filtragem Química , exatamente nessa ordem.

  1. Filtragem Mecânica é o tipo de filtragem que se faz com o uso do Perlon (manta acrílica) ou esponjas biológicas. A água passa pelo perlon ou pela esponja biológica e toda a sujeira, resto de ração, fezes ou outras sujeiras ficam pesas ali, assim a água é toda filtrada por eles. Você pode comprar perlon por quilo na internet, ou ir em uma loja de armarinho ou tecido e comprar com o nome de manta acrílica por metro (talvez você encontre como enchimento de pelúcia). Mas atenção, não se deve usar enchimentos de travesseiros ou pelúcia no lugar se estiverem sujos ou sem saber a procedência, uma vez que muitos enchimentos de travesseiros e ursinhos de pelúcia possuem tratamentos anti fúngicos que são tóxicos para peixes. Entre perlon e esponjas biológicas, o perlon tem uma capacidade de filtragem melhor, porém a esponja biológica também pode auxiliar na filtragem biológica que veremos mais à frente. A cada manutenção dos filtros, é preciso jogar fora o perlon sujo e trocar por um limpo, já a esponja biológica, pode ser lavada (nunca com produtos de limpeza e nem com água que tenha cloro) e colocada de volta no filtro. Apesar disso, o perlon é bem barato e dura bastante, considerando que é vendido em grande quantidade.


  2. Filtragem Biológica é a etapa mais importante, essa filtragem é feita por uma colônia de bactérias amigas que se alimentam de Amônia e Nitrito, que são extremamente tóxicos para os peixes e podem matá-los. Quando fezes, restos de ração, peixes mortos, plantas mortas ou qualquer outro composto orgânico se decompõem na água do seu aquário, haverá um aumento de amônia, por isso é preciso ter bactérias morando no seu filtro, para que elas se alimentem dessa amônia e não haja intoxicação. Para criar essas colônias de bactérias (que não fazem mal algum para peixes e nem humanos), você vai precisar de “casinhas de bactérias” que se chamam mídias biológicas. Existem milhares de tipos de mídias biológicas no mercado, uma diferente da outra, mas todas com a mesma função, existem mídias de cerâmica que são bem famosas por estarem há muito tempo no mercado, desde o começo do aquarismo, porém hoje em dia já existem tipos de mídias melhores do que as de cerâmica, pois quanto mais porosa for, mais bactérias poderão se alojar nelas. Portanto hoje em dia encontramos mídias mais eficientes, como por exemplo, mídias de vidro sinterizado. Existem também mídias de diversos tamanhos, o que facilita para quem possui filtros pequenos, assim fica mais fácil de armazenar as mídias dentro dele. Quanto mais mídia, melhor. Você precisa prezar pela maior quantidade de bactéria que puder ter, pois elas ajudam muito. Um filtro com poucas bactérias pode ser perceptivo através da água turva do aquário, isso pode querer dizer que não há bactérias o suficiente.

As mídias precisam ser colocadas dentro do filtro por causa da circulação de água, quanto maior a circulação de água, maior a oxigenação, e para sobreviver, as bactérias precisam de oxigenação, por isso, o filtro é o melhor lugar. Da mesma forma, as bactérias também precisam sempre estar em contato com a água, pois se secarem, elas morrem, portanto, uma vez criada as colônias de bactérias nas mídias, NUNCA deixe com que as mídias sequem, tenha sempre certeza de que seu filtro está cheio de água e funcionando, pois se houver uma queda na energia e a oxigenação parar por mais de 1 dia e o filtro secar, ficando sem água, suas bactérias irão morrer.

Como criar as colônias de bactérias? Você deve criar as colônias de bactérias, durante a ciclagem do seu aquário, antes de inserir qualquer peixe lá dentro. Para saber mais sobre ciclagem, continue lendo.

As bactérias que consomem amônia, não são as mesmas bactérias que consomem nitrito, portanto, você estará criando 2 tipos de bactérias no seu filtro, por essa razão existem mídias que são mais especificas para cada tipo de bactéria, a mídia Matrix que é super famosa no mercado, é ótima para abrigar bactérias que consomem nitrito, enquanto que as mídias bioglass da OcenTech são boas para bactérias que consomem amônia. Para saber qual a melhor para você, faça pesquisas na internet e veja, preços, qualidade e tamanhos antes de escolher alguma, não se esqueça de considerar o tamanho do seu filtro para saber se as mídias caberão dentro dele.

NUNCA lave suas mídias com água da torneira, água sanitária ou qualquer outro produto de limpeza, isso irá matar suas bactérias, também é bom salientar que as mídias não precisam ser trocadas, como as outras etapas de filtragem anteriores. Elas tecnicamente duram “para sempre” ou quase isso, você apenas irá jogar fora as mídias que estiverem virando pó, jogue fora as mídias que forem quebrando a ponto de se desfazerem e acrescente uma nova no lugar, nunca troque todas de uma só vez, afinal você não quer ciclar seu aquário inteiro desde o princípio de novo, se você jogou fora 1 ou 2 mídias quebradas, reponha 1 ou 2 mídias novas no lugar e as bactérias que ficaram nas outras mídias que você não jogou fora, vão acabar fazendo moradia nas mídias novas. Mas fique tranquilo, para uma mídia se desfazer em pó, são necessários muitos anos dentro do seu filtro.

 3. Filtragem Química é o tipo de filtragem que se faz utilizando carvão ativado ou produtos como (purigen, Purfiltrum, Ocean Pure...). A filtragem química se trata de absorver compostos químicos da água para purificá-la, então se usa do carvão ativado (carvão ativado NÃO é a mesma coisa que carvão comum utilizado para churrasco), pois ele vai absorver metais pesados que veem na água da sua torneira, compostos orgânicos, cloramina, iodo, ferro,  tira coloração indesejada na água, como por exemplo, a cor de chá que troncos costumam soltar na água e o cheiro ruim, porém o carvão ativado tem um tempo de vida, pois ele satura (saturar quer dizer que ele já absorveu o máximo de coisas que ele poderia absorver) dependendo do tamanho do aquário e da quantidade de peixes, esse tempo de vida pode variar de 15 dias há 1 mês e então você precisa jogá-lo fora e comprar mais. Porém utilizar o carvão ativado em aquários plantados (ou seja, que possuem plantas reais), não é legal, pois ele absorve elementos que são importantes para o desenvolvimento das plantas. Nesse caso temos o Purigen, que também absorve metais pesados, compostos orgânicos, tira coloração indesejada na água deixando mais cristalina, o cheiro, porém diferente do carvão ativado o Purigen não retira da água elementos importantes para plantas, ajuda a reduzir amônia, nitrito e nitrato da água, que são tóxicos para peixes e além de tudo dura muito mais tempo que o carvão ativado. O Purigen possui uma cor clara e é fácil perceber quando saturou, pois sua cor fica escura, quando isso acontece, basta tirar o saquinho de Purigen do filtro, colocar em um copo de 250ml com água da torneira, acrescentar a essa água mais 2 ou 3 colheres de sopa de água sanitária (agite com cuidado o saquinho nessa água, para que a água sanitária penetre em todo ele) e deixe de molho por até 12 horas até que volte a sua cor original, depois retire do copo, enxague em água corrente, volte o saquinho para outro copo de 250ml com água da torneira e dessa vez acrescente 2 colheres de sopa de Prime (precisa ser o Prime, pois outros anti cloros podem entupir os poros do Purigen), para remover todo o cloro, deixe de molho por mais 2 horas. Uma observação importante é que o Purigen depois de molhado não pode mais secar, pois se secar, ele irá deformar, então deve estar em constante contato com água. O Purigen pode ser regenerado em média de 7 a 8 vezes, e vai durar por mais de 1 ano. Além dessas diferenças entre o carvão ativado e o Purigen, tem também a diferença de preço, uma vez que o carvão ativado é bem mais barato que o Purigen. Existem também outros tipos, como o Purfiltrum, que é da mesma marca que o Purigen, porém com uma capacidade ainda mais superior, uma vez que seria uma linha superpremium, e por isso, também, mais caro.

Qual escolher, depende do seu gosto e do seu bolso.


Ao comprar um filtro hang on você verá que dentro dele vem uma telinha com perlon bem fininha com um pouquinho de carvão ativado dentro, isso é o que os vendedores chamam de refil, é comum que o vendedor da loja lhe aconselhe a trocar esse refil uma vez por mês, porém todo aquarista irá lhe aconselhar a jogar esse refil fora, pois ele não é nada eficiente, além de não valer o preço. 

Então se você adquiriu um hang on, a dica é: Jogue fora esse refil, e use esse espaço interno do filtro para colocar Perlon, Carvão ativado ou outra filtragem química e suas mídias. Confia, é muito mais eficiente.

Coloque dentro do hang On nessa ordem de cima para baixo:

Perlon

Mídia Biológica

Carvão ativado

 

No caso da montagem de um canister a ordem muda:

Carvão ativado

Mídia Biológica

Perlon

 

Manutenção do filtro:

Lavando os materiais de dentro do filtro:
  1. Pegue uma bacia limpa (que tenha apenas essa utilidade e que você nunca tenha colocado produtos de limpeza dentro), e coloque a própria água do aquário dentro (pode ser a água que você retirou ao fazer a TPA).
  2.   Jogue fora o perlon sujo.
  3.  Coloque o saquinho com as cerâmicas sujas e as esponjas biológicas dentro da bacia, pois elas não podem ficar sem o contato com água, e use essa água para lavá-las dentro do saquinho mesmo.
  4. NÃO use nenhum produto de limpeza para lavar.
  5. Se precisar, troque as cerâmicas para um saquinho novo.
  6. Jogue a água suja fora e coloque mais um pouco de água do aquário limpa para fazer uma segunda lavagem.

  Lavando o filtro (se for um hang on):
  1. Tire o motor do filtro para não molhar, tire o ventiladorzinho do motor e lave em água corrente, devolva o ventilador para o motor.
  2. Lave o filtro (sem o motor) em água corrente (nunca use produtos de limpeza para limpar o filtro.
  3. Depois de tudo limpo, coloque água limpa e preparada dentro do filtro e volte tudo para dentro do filtro novamente.

 

Oxigenação:

Sim, todos os peixes necessitam de oxigenação na água, por mais que algumas espécies sejam mais resistentes que outras, podendo sobreviver em ambientes ruins, isso não quer dizer que eles estejam levando uma vida saudável e feliz. Mas sim, dependendo da espécie você vai precisar de uma oxigenação maior ou menor.

Em rios, onde vivem os peixes de água doce, existe uma movimentação constante da água, que chamamos de correnteza. Essa movimentação que é responsável pela oxigenação da água e também pela “filtragem” da água dos rios. Existem espécie que vivem em regiões com menos correnteza do que outras, e por isso precisamos conhecer a espécie dos nossos peixes para saber qual o melhor tipo de oxigenação para eles. Peixes bettas, por exemplo, preferem um fluxo de água menor para não se sentirem estressados.

Para oxigenar a água você irá precisar de um oxigenador e um difusor de ar, ou até mesmo de uma pedra porosa ou uma cortina de bolhas. Caso você tenha um filtro hang on, graças a sua pequena cascata, a superfície da água do aquário está sempre em movimento gerando uma leve oxigenação, para peixes com baixa necessidade de oxigenação isso já basta, já que não gera um fluxo tão alto de água e não estressa os peixes, porém isso só vale para aquários pequenos, em caso de aquários grandes, apenas um hang on não vai dar conta da oxigenação do aquário todo, e mesmo em aquários pequenos com peixes que precisam de maior oxigenação, apenas um hang on não é suficiente.

Para saber como está a oxigenação do seu aquário, repare no seu espelho d’água (na superfície da água) ela precisa estar se mexendo e formando pequenas ondinhas, isso indica uma boa oxigenação para os peixes. Para isso você vai precisar de um compressor de ar, dependendo do compressor você pode ajustar a intensidade dele, ligue-o na tomada e, mesmo que seja óbvio, é bom alertar que compressores de ar não ficam dentro do aquário, eles ficam para o lado de fora. Coloque-o em um lugar onde ele possa ficar em um nível acima do aquário, para que em caso de queda de energia, quando ele parar de funcionar, a água não voltar pela mangueira e queimar o motor. Caso você queira colocá-lo em um nível abaixo do aquário, você irá precisar de uma válvula de retenção para colocar na sua mangueira. Na outra ponta da mangueira que você coloca dentro do aquário, você pode escolher entre um difusor de ar, uma pedra porosa e até uma cortina de bolhas, o importante é que isso movimente a superfície da água do seu aquário, se necessário coloque o difusor mais próximo da superfície e prenda a mangueira do oxigenador com ventosas.


 

Existem ainda compressores de ar que funcionam com pilha, e isso é muito útil caso caia a energia da sua casa por muito tempo, esses oxigenadores quebram um galho e seguram a onda por um bom tempo.

Para aquários maiores também é interessante se ter uma bomba de circulação, pois é ela que garante a circulação constante da água do aquário, melhorando a oxigenação, evitando o surgimento de algas e permitindo que os peixes desfrutem de um ambiente similar ao seu habitat natural, além de movimentar a água para evitar o acúmulo de sujeira no aquário. Mas sempre se mantenha atento ao excesso de fluxo de água, se o seu peixe não consegue se manter parado no aquário porque está sempre sendo arrastado pela movimentação da água, é um indicativo de fluxo excessivo, reduza a movimentação para não estressas seus peixes.


Temperatura:

A temperatura é de extrema importância juntamente com os parâmetros do aquário, afinal os peixes não possuem um regulador de temperatura no corpo como nós humanos, se a temperatura do aquário for de 22 graus, essa será também a temperatura do peixe. Portanto, alterações brutas de temperatura adoecem e levam seu peixe a morte.

Ter um termômetro no seu aquário é de extrema importância para monitorar e evitar que seus peixes morram de frio no inverno ou de calor no verão, embora quedas de temperatura sejam mais perigosas do que a subida, ainda assim é muito importante monitorar. Seja o termômetro tradicional, de fita ou o digital, tenha sempre um em seu aquário.

Outra coisa importante e indispensável quando se tem um aquário, é um termostato. Termostatos são aquecedores de água, basta prendê-lo no aquário, conectar em uma tomada e ajustar a temperatura que você deseja manter a água do seu aquário, caso haja uma queda na temperatura, o termostato irá detectar e começar a esquentar a água de volta para a temperatura que você ajustou. Não se preocupe com a conta de energia, o termostato apesar de estar sempre conectado na tomada só começa a funcionar e puxar energia quando necessário, do contrário ele não irá gastar nada.

Mesmo em regiões mais quentes, é bom ter um termostato, pois sempre há dias inesperados em que a temperatura desce, e essa queda repentina para peixes que estão habituados a climas quentes, pode ser fatal.

Em casos de regiões onde o clima é muito quente, o recomendado é também ter uma ventoinha, assim ela vai ventilar a superfície da água e mantê-la um pouco mais fresca para os peixes.


Como instalar corretamente o seu termostato:
  1. Antes de instalar, lave o termostato em água corrente e faça a calibragem.
  2.  Para calibrar pegue o termostato, coloque dentro do aquário e deixe por 15 minutos na água, assim ele vai captar a temperatura da água primeiro. Após isso, ligue na tomada e coloque na temperatura máxima por apenas 2 minutos, quando passarem os 2 minutos diminua até a temperatura mínima por 5 minutos, e após isso coloque na temperatura correta para os peixes.
  3. O termostato deve ficar por inteiro imerso na água.


Iluminação:

A iluminação no aquário é importante principalmente caso você tenha um aquário plantado, pois é a luz que irá ajudar as plantas a fazerem a fotossíntese. Por isso em caso de plantados você precisa ter uma luminária que forneça luz suficiente para suas plantinhas. Porém, aquários não plantados também precisam de iluminação para os peixinhos durante o dia, mas nesse caso a exigência não é tanta e você pode comprar uma luminária que não tenha tanta iluminação.

Um ponto muito importante é: Jamais use lâmpadas incandescentes, pois além de consumirem muita energia, elas esquentam muito, aumentando a temperatura do aquário. Prefira sempre luzes de led. Cuidado com o excesso de claridade, o correto é que a lâmpada fique acesa no máximo 8 horas por dia e em alguns casos 6 horas. O excesso de luz pode acabar gerando uma explosão de algas no seu aquário que será difícil de controlar. O ideal é que você acenda e apague as luzes sempre nos mesmos horários todos os dias, assim você irá criar uma rotina com os seus peixinhos.

Um ponto bem importante é que os seus peixes precisam ter uma noite tranquila de sono para crescerem e viverem de forma saudável, o ideal é que seus peixes tenham 12 horas de sono por dia e para isso peixes de hábitos diurnos precisam da escuridão para dormir. Nesses casos durante o período de sono dos seus peixes, evite fica acendendo a luz do cômodo em que seu aquário está, luz de televisão ou telas, pois seus peixes precisam entender o que é dia e o que é noite. Caso para você seja difícil manter seu aquário num cômodo escuro, uma dica é tampar os vidros do aquário com saco de lixo ou papelão, evitando assim a passagem de luz, mas cuidado ao tapar a parte de cima, deixe sempre uma passagem de ar.

Iluminações próprias ou que possam suprir as necessidades de um aquário plantado:

-Lâmpadas de led bulbo 16w

-Lâmpada Full Espectrum

-Luminária para aquário Led

1.       As lâmpadas não podem esquentar demais, por isso devem ser de led.

2.       Devem ser posicionadas acima do aquário.

3.       Lâmpadas de led bulbo devem ter seus bulbos retirados, pois a luz deve estar como um foco de luz no aquário e não difundir.

4.       Deixe as luzes acesas somente durante o dia, a noite é necessário apagar as luzes do aquário para que os peixes também possam dormir.


Ciclagem:

O que é a ciclagem do aquário? A ciclagem é o primeiro passo antes de inserir ou comprar qualquer peixinho. É o processo de criação da biologia do seu aquário (as bactérias) que vão ajudar a manter a saúde dos seus peixes e qualidade da água.

Passo a passo da ciclagem do seu aquário:
  1.       Primeiro passo usar um prime na água para tirar o cloro e os metais pesados, depois deixar a água descansando por 10 minutos em um balde, bacia ou galão. Atenção: Todo balde, bacia ou galão utilizado, deve ser de uso exclusivo do seu aquário, pois baldes de uso comuns podem conter resquícios de produtos de limpeza que são tóxicos para peixes e bactérias, sendo assim, todos os utensílios utilizados no seu aquário, devem ser somente para uso no aquário.
  2. Montar o aquário com as plantas e decorações que foram previamente tratadas.
  3. Colocar a água tratada (não coloque água com cloro direto no aquário).
  4. Ajustar os parâmetros corretos da água e fazer os testes para confirmar que está tudo certo.
  5.  Instale o filtro já montado corretamente com perlon e mídias biológicas (lembre-se de colocar água dentro do filtro antes de ligar, para não queimar) e calibre o termostato. Atenção: Não é interessante usar filtragem química no filtro durante a ciclagem, pois para a colônia de bactéria se desenvolver, é preciso que tenha picos de amônia e nitrito no aquário e a filtragem química vai acabar impedindo que isso aconteça. Acrescente a filtragem química no filtro apenas depois de concluir a ciclagem.
  6.  Use o Acelerador Biológico, agite antes de usar. Desligue a luz do aquário. Use 1 tampinha (5mL) para cada 40L no primeiro dia da montagem do novo aquário. Em seguida, use 1 tampinha para cada 80L por dia durante 7 dias.

Durante o período de ciclagem faça os testes de amônia e nitrito todos os dias, observe que eventualmente haverá um pico de amônia na água do aquário, após alguns dias, bactérias que consomem amônia irão colonizar as mídias do filtro e então a amônia irá zerar, neste momento essas bactérias irão converter a amônia em nitrito e então haverá um pico de nitrito, em alguns dias, bactérias que consomem nitrito irão competir por espaço nas mídias e o nitrito irá zerar. Se após zerar o nitrito a amônia também continuar zerada, seu sistema está perfeito, caso a amônia volte a subir em alguns dias, será necessário acrescentar mais mídias no filtro para dar espaço para mais bactérias colonizarem.

Quando o sistema estiver completamente balanceado e tanto a amônia quanto o nitrito estiverem zerados, sua ciclagem estará perfeita. O tempo estimado para a ciclagem é de 1 mês.

Amônia e Nitrito PRECISAM estar zerados, pois são extremamente tóxicos para todos os tipos de peixes, por isso é importante colonizar bactérias nas mídias do filtro. Nunca deixe as mídias do filtro, fora da água, do contrário a colônia de bactérias irá morrer e você terá que refazer a ciclagem do zero.

 

Como tratar as plantas antes de colocar no aquário (para evitar pragas e parasitas):

  1.  Você vai precisar do remédio Permanganato de Potássio.
  2. Coloque 1 comprimido para 3 a 4 litros de água em uma bacia própria para tratar as plantinhas do aquário (pode usar água da torneira mesmo).
  3. Coloque as plantinhas submersas na água por 1 hora ou mais.
  4. Depois disso, tire as plantas, lave as plantinhas com água da torneira, encha novamente a bacia com água limpa da torneira e coloque 3 gotinhas de prime na água e mergulhe as plantinhas novamente por mais 10 minutos.
  5. Após isso, pode colocar no aquário.

 

Como tratar troncos:

  1. Primeiro, coloque água dentro de um recipiente grande o suficiente para comportar o tronco. Logo após coloque 200ml de cloro ativo para 100L. Deixe o tronco nessa água por 24h para que o produto mate as bactérias que causam mal aos animais.
  2. Tire o tronco, coloque-o para ferver em uma panela com água e 10 colheres de sopa de sal grosso por 30 minutos. Se o tronco for grande para a panela, ferva 15 minutos de um lado e 15 minutos de outro.
  3. Desligue o fogo, jogue a água fora e mergulhe novamente o tronco na água do recipiente, porém, desta vez em uma água sem cloro ativo, e deixe até que afunde completamente. Esse processo pode levar dias ou semanas, dependendo do troco.
  4. Quando o troco afundar, tire-o da água e ferva pela segunda vez por 30 minutos, depois retire da panela e coloque novamente no galão d'água, mas dessa vez com prime (anticloro) por 48h.

 

Aquário de quarentena/ aquário hospital:

O aquário de quarentena é um segundo aquário que você precisa ter para colocar seu novo peixinho antes de inserí-lo de vez no aquário principal. Pois quando você compra um peixe da loja, nunca sabe se ele está mesmo saudável ou se está doentinho com algum fungo, bactéria ou até parasitas, afinal nem todas as lojas de aquário são confiáveis e os peixes vendidos ali podem estar doentes, ou até mesmo o estresse da viagem até a sua casa no saquinho é o suficiente para abaixar a imunidade dos nossos peixes. Colocar um peixe novo no aquário sem fazer a quarentena, pode trazer doenças e parasitas para o nosso aquário principal, contaminando-o e contaminando também a nossa colônia de bactérias.

O processo de quarentena serve para observar se o peixe não está doente ou parasitado, para que ele não transmita doenças para outros peixes no seu aquário principal. Um dos fatores importantes nesse processo é começar a comprar os peixes em lojas de confiança.

Você pode comprar um aquário pequeno de 15 litros para usar como aquário quarentena, ou uma caixa plástica de 15 litros. Se você preferir uma caixa plástica, tenha certeza de que essa caixa seja nova e esteja bem limpinha sem nenhum resquício de produtos tóxicos. Um pequeno termostato, afinal o aquário hospital é bem pequeno, e um filtro, nesse caso pode ser um filtro de esponja ou até mesmo um filtro interno pequeno.

Como fazer a quarentena de peixes novos:
  1. Faça a montagem normal do aquário de quarentena, ajuste os parâmetros para que sejam iguais aos parâmetros do seu aquário principal, coloque o filtro e termostato, e deixe o peixe por pelo menos 15 dias neste aquário.
  2. Faça um banho de sal no peixinho, tire 1,5L de água do próprio aquário e coloque uma colher de sopa de sal grosso sem iôdo ou sal marinho. Coloque o peixinho nesse 1,5L de água por 30 minutos. Isso ajuda a expulsar quaisquer tipos de vermes ou parasitas que estão morando nos peixes. Nunca faça isso com peixes de couro. Tire e coloque de volta no aquário de quarentena.
  3. Dê esse banho de sal no seu peixinho 2 vezes durante esses 15 dias e observe se está tudo certo com ele.
  4. Faça a TPA regularmente durante o período de quarentena.
  5. Se o peixe não apresentou nenhum problema durante esse período, passe o peixinho para o aquário principal. Caso o peixe tenha apresentado algum sintoma, como falta de apetite, deitar-se no fundo do aquário por muito tempo, respiração ofegante, manchas nas escamas, escamas eriçadas ou se esfregar nas paredes e objetos dentro do aquário, mantenha mais tempo na quarentena e pesquise sobre os sintomas. Detectada a doença do seu peixe, trate com remédios adequados dentro do próprio aquário quarentena. Insira o peixe no aquário novo, somente depois de tratada a doença.

 

Você também pode usar esse mesmo aquário quarentena, como aquário hospital, caso algum dos seus peixes já inseridos no aquário principal fique doente. Passe ele para o aquário hospital e faça o tratamento lá, isso vai evitar que o seu peixe contamine os outros e facilita os tratamentos com remédios.

 

Aclimatação:

Aclimatar um peixe significa adaptá-lo às novas condições do aquário que irá recebê-lo, acostumando-o aos novos parâmetros da água e temperatura, evitando expor seu peixe a situações de estresse, que podem debilitar o seu sistema imunológico.

Diretamente da loja para o aquário de quarentena:
  1. Coloque o saquinho fechado dentro da água do aquário de quarentena, já nos parâmetros e temperatura correta, por 15 minutos para que a temperatura da água do saquinho se iguale a temperatura da água do aquário.
  2. Após isso, retire o peixinho do saquinho e coloque no aquário, sem jogar a água do saco dentro do aquário para não misturar.

 

Do aquário de quarentena para o aquário principal:
  1. Se os parâmetros da água do aquário de quarentena estiverem próximos dos parâmetros do seu aquário principal, preocupe-se apenas com a temperatura da água, iguale as temperaturas antes de colocar o peixe no aquário principal, para que não sofra um choque térmico.
  2. Após colocar o peixe no aquário principal, não alimente o peixinho naquele dia, pois pode não fazer bem para ele, devido ao estresse da mudança de ambiente.

 

Cuidados com o aquário:

- Fazer TPA e sifonagem (manutenção) de 15 em 15 dias.
- Colocar fertilizante 1 vez por semana, 5ml para cada 100L de água (caso seja um aquário plantado)
- Manutenção do filtro 1 vez por mês.
- Trocar o perlon dos filtros uma vez por semana ou quando notar que está muito sujo.
- Limpar os vidros do aquário por dentro com uma buchinha (usada apenas para isso e sem nenhum produto de limpeza), além de poder utilizar a buchinha também para limpar as decorações do aquário em caso de algas, uma vez por semana.
- Fazer testes regularmente.

 

TPA (Troca parcial de água):

TPA ou “troca parcial de água” é o processo que consiste em se trocar entre 10 a 30% da água do aquário. Ela se faz necessária para o bem-estar dos animais por meio da renovação do oxigênio e dos minerais do aquário, por tratar-se de um sistema fechado. Geralmente se faz a troca de 20% da água total do aquário de 15 em 15 dias. Tirando casos em que o aquário está sofrendo alguma doença ou que a amônia/nitrito está alta que é preciso remover de 50% a 70% da água.

Os benefícios da TPA:

-Remover o excesso de nutrientes

-Remover o nitrato da água

-Combate surtos de algas

-Combate surtos de amônia e nitrito

-Remove excesso de GH liberado pelos peixes

-Promove qualidade de vida aos animais


Como realizar a TPA:

  1. Desligue o filtro para que ele não queime, NÃO TIRE A ÁGUA DE DENTRO DO FILTRO (ISSO PODE MATAR A SUA COLONIA DE BACTÉRIAS), desligue também o termostato.
  2. Com uma mangueira (ou um sifão) e um balde em um nível abaixo do aquário, fazer o mesmo processo de esvaziar uma piscina, mas tomar cuidado para não sugar nenhum peixinho para dentro da mangueira.
  3. Reponha a água do aquário com uma água já descansada com o prime por alguns minutos, nos parâmetros certos do seu aquário e na temperatura correta.
  4. Ligue o filtro e o termostato de novo.
  5. Coloque o acelerador biológico, 1 tampa (5mL) para cada 80 L a cada TPA.


Alimentação:

A alimentação dos peixes é muito importante, pois é através da alimentação que o peixe irá absorver nutrientes e proteínas necessárias para o seu desenvolvimento e sua imunidade. Uma coisa é certa, não economize em rações. Existem muitas marcas boas no mercado que vão oferecer ao seu peixe tudo o que ele precisa, então evite, se possível, comprar rações a granel ou de marcas muito baratas das quais você não sabe a procedência e que são basicamente farinha com pouquíssimos nutrientes para o seu peixe, além de não suprirem as necessidades fisiológicas do seu peixinho, vão acabar contribuindo para o aumento de fezes no aquário, já que seu peixe vai absorver pouquíssimo da ração e vai expelir a maior parte dela.

Existem ótimas marcas no mercado como: Tropical, JBL Dr. Bassleer, Sera, Tetra, Poytara e Nutricon. O ideal é que você alimente seus peixes com mais de um tipo de ração, dessa forma eles não irão se acostumar apenas com um sabor de alimento e terão uma dieta mais completa.

Existem também aquaristas que preferem dar alimentos vivos para peixes, porém essa prática precisa ser cautelosa, pois dependendo do fornecedor desses alimentos vivos, você pode acabar contaminando o seu aquário com elas. Existem também receitas de patês que você pode oferecer aos seus peixes, basta pesquisar no youtube um patê para o tipo de espécie e você vai achar várias receitas diferentes, mas lembre-se, precisa ser específico para a espécie do seu peixe. Mas é claro que patês e alimentos vivos não substituem uma boa ração.

Existem três tipos de formato de ração: flocos, granulados e sticks (ou pallets). O ideal é descobrir as preferências do seu peixe: certas espécies preferem os grãos, enquanto outras gostam mais de flocos. E, é claro, existem peixes que comem de tudo. O tamanho do peixe também influencia na escolha da ração, pois os tamanhos dos grãos são diferentes, normalmente cada marca possui uma tabela de tamanho de grãos de ração, então é bom saber disso e comprar o tamanho certo para o seu peixe. Tenha conhecimento também sobre a dieta do seu peixe, se ele é carnívoro, onívoro ou herbívoro, e ofereça a ele rações corretas para o seu tipo de dieta.

Alimente seus peixes com cautela. Peixes não morrem de fome se ficarem por 5 dias sem comer, por isso não precisa entupir seu peixe de ração todos os dias, ofereça uma quantidade pequena de ração por dia, e se possível dívida essa porção de ração e dê em dois horários diferentes do dia, pois se você oferecer muita ração de uma vez todos os dias, seu peixe pode acabar constipado. Ofereça sempre menos ração do que você considera adequado, pois, com certeza, já será o suficiente para eles, afinal aquaristas iniciantes sempre tendem a exagerar na quantidade de ração.

Se você deseja que seus peixes cresçam, ofereça sempre as rações com maiores valores proteicos antes do horário de sono dos seus peixinhos, pois quando estão dormindo essa proteína será revertida para o crescimento do seu peixe.


Remédios e doenças:

Nenhum desses tratamentos pode ser feito em crustáceos e invertebrados como ampulárias, por exemplo.


Sal Amargo:

(Remédio natural para constipação, hidropisia, problemas na bexiga natatória, pop eye e inchaços.  De uma forma geral, o sal amargo tira a retenção de dentro dos peixinhos.

Modo de uso:

1.       Coloque 1,5L de água do aquário em uma bacia.

2.       Acrescente 1 colher de sopa de sal amargo e mexa bem para dissolver tudo.

3.       Retire o peixe de dentro do aquário e coloque-o dentro da bacia por meia hora (30minutos) e se necessário, coloque uma tampa na bacia para que o peixe não salte para fora.

4.       Após meia hora, aos poucos vá aclimatando o peixe novamente para a água do aquário, acrescentando um pouco da água do aquário na bacia em intervalos de 5 minutos apenas para diluir o sal da bacia e ajustar a temperatura da água que provavelmente haverá esfriado em relação ao aquário.

5.       Volte o peixe para o aquário.

6.       Repita esse processo cerca de 7 dias para melhor recuperação do seu peixe.

 

 Azul de metileno:

(Remédio para intoxicação com amônia ou nitrato, bactérias, fungos e infecções) Esse tratamento é somente para peixes de escamas, e não peixes de couro.

Modo de uso:

1.       Coloque 1,5L de água do aquário em uma bacia.

2.       Acrescente 5 gotas de azul de metileno e mexa bem para dissolver tudo.

3.       Retire o peixe de dentro do aquário e coloque-o dentro da bacia por meia hora (30minutos) e se necessário, coloque uma tampa na bacia para que o peixe não salte para fora.

4.       Após meia hora, aos poucos vá aclimatando o peixe novamente para a água do aquário, acrescentando um pouco da água do aquário na bacia em intervalos de 5 minutos apenas para diluir o sal da bacia e ajustar a temperatura da água que provavelmente haverá esfriado em relação ao aquário.

5.       Volte o peixe para o aquário.

6.       Repita esse processo cerca de 7 dias para melhor recuperação do seu peixe.

 

Permanganato de Potássio:

(Remédio para parasitas, fungos, doença do algodão, infecções.) Esse tratamento é somente para peixes de escamas, e não peixes de couro.

Modo de uso:

1.       Coloque 3L de água do aquário em uma bacia.

2.       Acrescente 1 comprimido de permanganato de potássio e mexa bem para dissolver tudo.

3.       Retire o peixe de dentro do aquário e coloque-o dentro da bacia por meia hora (30minutos) e se necessário, coloque uma tampa na bacia para que o peixe não salte para fora.

4.       Após meia hora, aos poucos vá aclimatando o peixe novamente para a água do aquário, acrescentando um pouco da água do aquário na bacia em intervalos de 5 minutos apenas para diluir o sal da bacia e ajustar a temperatura da água que provavelmente haverá esfriado em relação ao aquário.

5.       Volte o peixe para o aquário.

6.       Repita esse processo cerca de 7 dias para melhor recuperação do seu peixe.

 

Sal grosso sem iôdo ou Sal marinho sem iôdo:

(Remédio para fungos, Ictioftiríase, infecções, parasitas e feridas. Estimula a produção de mais mucosa, promovendo mais proteção para as escamas do peixe contra parasitas.) Esse tratamento é somente para peixes de escamas, e não peixes de couro.

Modo de uso:

1.       Coloque 1,5L de água do aquário em uma bacia.

2.       Acrescente 1 colher de sopa de sal grosso e mexa bem para dissolver tudo.

3.       Retire o peixe de dentro do aquário e coloque-o dentro da bacia por meia hora (30minutos) e se necessário, coloque uma tampa na bacia para que o peixe não salte para fora.

4.       Após meia hora, aos poucos vá aclimatando o peixe novamente para a água do aquário, acrescentando um pouco da água do aquário na bacia em intervalos de 5 minutos apenas para diluir o sal da bacia e ajustar a temperatura da água que provavelmente haverá esfriado em relação ao aquário.

5.       Volte o peixe para o aquário.

6.       Repita esse processo cerca de 7 dias para melhor recuperação do seu peixe.

 

Aqualife Labcon:

(Remédio para Doença dos Tufos de Algodão, Doença do Veludo, Ictioftiríase (Íctio) e Costiose.) Siga as instruções de uso da bula.


 Ictio Labcon:

Remédio para Ictioftiríase (Íctio), Doença do Veludo, Costiose e parasitas.) Siga as instruções de uso da bula.


Bacter labcon:

(Remédio para doenças bactericidas, Doença da coluna, Podridão bacteriana das nadadeiras, Doença branquial bacteriana, Furunculose, Enteropatia da boca vermelha, Septicemias bacterianas.) Siga as instruções de uso da bula.


Constipação: é uma condição causada por alimentação excessiva ou errônea. O peixe incapaz de digerir não defeca e incha.

Hidropisia: também conhecida como barriga d'água, é uma infecção aguda e grave. Trata-se de uma síndrome onde os peixes ficam com a barriga extremamente inchada e escamas eriçadas, devido ao acúmulo de água e outros fluidos, isso em razão da falência gradativa dos rins.

Bexiga natatória: a doença da bexiga natatória afeta o órgão responsável por equilibrar a densidade do peixe em relação à densidade da água. Isso permite que eles consigam nadar e se manter na profundidade desejada. Diversos fatores podem desencadear a doença (ou desordem) da bexiga natatória, incluindo fatores genéticos, alimentação inadequada, ação bacteriana, entre outros. Independentemente da causa, o principal sintoma da doença é o nado irregular, muitas vezes de lado ou com a barriga para cima.

Pop Eye: Conhecida como Pop Eye pois deixa o olho do peixe bastante inchado, parecendo que vai explodir. Esta é uma doença causada pela combinação de protozoários e bactérias. Mas seu principal sintoma é o aumento de fluidos na parte de trás do olho saltando suas órbitas.

Ictioftiríase: é um protozoário ciliado comum em peixes de água doce. Esse protozoário é causador da doença conhecida popularmente como "pontos brancos". Os pontinhos brancos que surgem no corpo dos peixes são o principal sintoma da doença parasitária. As manchas costumam se espalhar pelo corpo todo, principalmente nas nadadeiras. Quando se instalam nas brânquias, levam à dificuldade respiratória. Uma vez que essas pintas brancas causam coceira e irritação, outro sinal muito comum de que o peixe está com íctio é quando ele começa a esfregar seu corpo em pedras e demais acessórios presentes no aquário. Isso, por sua vez, pode levar ao surgimento de feridas.

Doença do algodão: A doença do algodão em peixes é caracterizada por manchas brancas espalhadas pelo corpo e nadadeiras roídas. Com a evolução da doença essas se assemelham a tufos de algodão e são causadas pelo fungo Saprolegnia.

Doença do veludo:  O corpo do peixe apresenta aspecto aveludado. O parasita se aloja na pele, nadadeiras e brânquias, provocando coceira e dificuldade de respiração, com bastante intensidade. É comum constatar sintomas de asfixia nos peixes infectados.

Costiose: Os peixes apresentam manchas esbranquiçadas na pele e ramificações vermelhas nas nadadeiras. Os exemplares afetados costumam se esfregar nos objetos e no fundo do aquário, devido a coceira gerada.

Doenças bacterianas: Os sintomas destas bacterioses são muito variados e muitas vezes os peixes apresentam sintomas comuns causados por diferentes bactérias, além de outros agentes etiológicos como fungos e parasitas. Alguns sintomas associados às bacterioses são nadadeiras roídas, barriga d'água, escamas eriçadas, hemorragia no corpo e base das nadadeiras, ramificações vermelhas nas nadadeiras, ventre retraído, exoftalmia (olhos saltados), úlceras (feridas) e abscessos (bolhas) na superfície do corpo, perda de escamas, deformação da coluna vertebral, coloração escurecida, letargia, nado irregular e respiração ofegante.